quinta-feira, 18 de dezembro de 2008



A Técnica dos 3 P's
(por Rodrigo Cardoso)

É muito provável que você já tenha ouvido falar sobre a importância das perguntas em negociações e vendas.

Eu mesmo já abordei esse tema no programa “ O Poder das Perguntas”.

O que acontece, é que muitas pessoas sabem, que quem pergunta está no controle de uma conversa, e quem responde é controlado.
O que elas não sabem é o que perguntar!!

Aqui vai uma poderosa dica para que você aprenda as perguntas certas, a fim de melhorar suas negociações.

É a famosa técnica de perguntas denominada:
3 P´s!

Isso mesmo, As perguntas 3 P´s que significam:
- Pergunta Problema
- Pergunta Perda
- Pergunta Prazer.

Ao comunicar-se com seu interlocutor, faça perguntas sobre seus problemas e necessidades em primeiro lugar.

Exemplo:
- Qual o problema o senhor tem observado no clima da sua empresa? Na atitude e comportamento de seus colaboradores?
Deixe a outra parte falar a vontade. Talvez ela responda que os funcionários estão descontentes, falta motivação na empresa.

Você então segue para o segundo P

Pergunta Perda. A idéia é explorar o que o cliente tem perdido com o problema em questão.

Em nosso exemplo, a pergunta perda poderia ser:

- Ter a equipe desmotivada, um clima pesado na empresa, tem causado alguma perda?
Talvez ele responda:
- Com certeza! As vendas diminuíram, pessoas estão acusando umas as outras, todos dão desculpas e falta comprometimento, brilho nos olhos.

Para finalizar com chave de ouro, faça a terceira pergunta P: A pergunta Prazer, essa é a melhor parte, é nesse momento que você explora os benefícios do seu produto ou serviço.

Continuando com o nosso exemplo, você poderia perguntar ao cliente:
- Como seria se um programa de treinamentos comportamentais criasse um novo clima em sua empresa? Se essas palestras e treinamentos trouxessem uma nova energia e fizesse com que o senhor pudesse finalmente perceber quem realmente está comprometido com a missão de sua empresa e quem não está, quais seriam os benefícios dessa informação? O que o senhor ganharia com isso? O que sua empresa ganharia?

É muito provável que com o uso da técnica de perguntas 3 P´s, o seu cliente compre sem objeções, pois ao contrário das vendas tradicionais, você o ajudou a pensar, a tirar as próprias conclusões.
Pratique os 3 P´s, pesquisas apontam para a possibilidade de um aumento de 20% em suas vendas. Que tal?

Boas negociações e até nosso próximo encontro.


Entusiasmo

“Os anos deixam rugas na pele, mas a perda de entusiasmo deixa rugas na alma.” (Michel Lynberg - Escritor)


(...)

Entusiasmo - A palavra vem de duas palavras gregas “en” e “theos”. Literalmente traduzida significa, “em Deus”. Falamos de tais pessoas como inspiradas. O entusiasmo torna uma pessoa velha, jovem; e sem ele, o jovem se torna velho. É a primavera oculta de energia inesgotável. É aquela força bonita que nos conduz da mediocridade à excelência. (...) É o carisma que atrai pessoas prestativas e alegres para se tornarem nossos amigos produtivos. É a fonte emocional prazerosa que borbulha, atraindo pessoas para nosso lado e absorvendo a alegria que brota do nosso coração. É a canção alegre de uma pessoa positiva que canta uma mensagem inspirada ao mundo:
“Eu posso! É possível! Nós o faremos!”

(...)

O entusiasmo não admite senão o sucesso. É surdo à voz do desânimo. (...) Ele abrirá uma porta quando as outras chaves falharem.

Como anda seu entusiasmo?! Como anda seu entusiasmo pelo Brasil, pela sua empresa, pelo seu emprego, pela sua família, pelos seus filhos, pelo sucesso de seus amigos?
Se você é daqueles que acham impossível entusiasmar-se com as condições atuais, acredite - jamais sairá dessa situação. É preciso acreditar em você. Acreditar na sua capacidade de vencer, de construir sucesso, de transformar realidade. Deixe de lado o negativismo. Deixe de lado o ceticismo. Abandone a descrença e seja entusiasmado com sua vida e principalmente, entusiasmado com você. Você verá a diferença.

“A esperança é algo que traz o sol às sombras das nossas vidas. É nosso vínculo com um amanhã melhor. Quando a esperança se vai, também se vai nossa força vital. Enquanto a esperança permanece viva, também permanece nossa determinação de prosseguir”. (Yitta Halberstam)Texto adaptado do livro Insight I.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Santa Catarina - carta de morador

Segue abaixo texto escrito por Luis Fernando Gigena, morador da vizinha Itajaí, que sentiu na pele toda a catástrofe do final de semana. Dentre os e-mails que recebi com fotos de casas desabando, cidades alagadas, achei interessante o relato sincero e real desse cara. Nos chama a atenção para a diferença entre as pessoas, e da reação das pessoas diante das adversidades.
É muito fácil ser uma pessoa boa quando tudo vai bem, mas como já diria uma velha e sábia frase: "Se você quer saber qual a verdadeira índole de uma pessoa, dá-lhe liberdade para ela fazer o que quiser!"
"Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar em Itajaí. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta "folga forçada" a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa cidade.
Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.
Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros;
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 100 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não abandonar suas casas e terem elas saqueadas.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.

Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:
- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas, muitas vezes famintos por não terem tempo nem de almoçar, outras vezes preocupados por estarem longe de suas esposas, namoradas, longe de seus amores, de seus filhos, abdicando disso tudo para salvar outras vidas...
- Aos Médicos, enfermeiras e demais profissionais Voluntários.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.

Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:


COMEÇAR DE NOVO:
Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era da periferia
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos,
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
(Anônimo)

É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos."
Luis Fernando Gigena (Itajaí-SC)